Ano: 1971
Direção: Lucio Fulci
Elenco: Florinda Bolkan, Jean Sorel, Anita Strindberg
Após falarmos de Pavor na Cidade dos Zumbis, salientando o quanto o diretor Lucio Fulci era talentoso em vários gêneros cinematográficos, nada mais justo do que falar de um dos giallos mais impressionantes já feitos. Dirigido e escrito pelo mestre Fulci, Uma Lagartixa num Corpo de Mulher é resumidamente, como o próprio cartaz diz, um “pesadelo erótico”. Subtítulo bastante apoiado na sexy cena de amor entre as atrizes Florinda Bolkan e Anita Strindberg, repleta de simbolismo.
Feito no início da década de 70, é um filme aberto a experimentações narrativas, recheado de cenas oníricas e sequências que parecem saídas de uma viagem lisérgica. Tudo isso porque o filme reflete, imageticamente, o estado de espírito da personagem principal, Carol Hammond.
Carol é a milionária filha de um político, casada com um promissor advogado ( pelo que lembro ) e que vive em um casamento socialmente “perfeito”, mas não muito feliz. A famosa bela, recata e do lar. A jovem vive no psicólogo contando sobre seus sonhos e devaneios, discutindo especialmente sobre desejos reprimidos. Em seu sonho mais constante, Carol se vê em um relacionamento sexual com a vizinha Julia, seu oposto. Julia dá constantes orgias no apartamento, é liberada, sexualmente ativa e experimenta as mais variadas drogas.
O filme se torna um giallo quando, em uma noite, Carol sonha que matou Julia. No dia seguinte, a vizinha de fato aparece morta. A história se torna sombria quando Carol descobre que Julia foi morta exatamente do jeito que ela sonhou. A coisa piora ainda mais quando Carol invade o quarto de Julia e percebe que, mesmo sem nunca ter estado lá, tudo é exatamente da forma que ela sonhava.
Escrito pelo próprio Fulci, a história tem um desenrolar interessante, ganhando ótimas reviravoltas e mantendo o suspense característico dos giallos. A dúvida sobre a instabilidade emocional de Carol, que talvez tenha causado um lapso de memória fica em contraponto com uma possível armação para incriminá-la. O roteiro desenvolve bem todas as possibilidades.
Fulci é generoso. O filme explora, de forma sóbria e delicada, o universo feminino. Não é um filme feminista a rigor, mas tem um olhar extremamente preocupado em retratar a mulher do final da década de 60 para o início da década de 70. O filme se mantém bastante atual já que não evoluímos, neste sentido, nas últimas décadas.
O melhor do filme é a sempre elegante Florinda Bolkan. Apesar de nada conhecida no Brasil, a musa do cinema italiano é cearense. Filha de um diplomata casado com uma indígena, Florinda se tornou aeromoça e em uma viagem até Roma foi apresentada ao diretor Luchino Visconti. Deste encontro, Florinda estourou para o sucesso mais que merecido.
Além de drama, suspense e giallo, Fulci encontra momentos para inserir terror e até mesmo gore, tornando Uma Lagartixa num Corpo de Mulher um clássico imperdível e inovador.
NOTA DO EDITOR: 8,5
CENAS MEMORÁVEIS: ( Podem conter spoiler )
- Florinda Bolkan e Anita Strindberg juntas, dividindo a mesma cama
TRAILER:
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