Ano: 1973
Direção: Jean Rollin
Elenco: Françoise Pascal, Hugues Quester, Natalie Perrey
Famoso por seus inúmeros filmes de horror recheados de vampiras bissexuais nuas e também pela cinematografia erótica de filmes B, é inegável que o diretor Jean Rollin tem um talento que vai muito além disso.
Seu filme A Rosa de Ferro pode ser definido como um terror poético. Dotado de lirismo visual, o filme é uma mistura boa do clima Nouvelle Vague visto especialmente nos filmes de Truffaut e Godard, com um enredo que lembra O Anjo Exterminador, de Buñuel, e o clima do cult Dellamorte Dellamore, de Michele Soavi.
Após uma festa, um rapaz encontra uma garota e decidem sair passeando pelo subúrbio francês. Eles entram em um cemitério onde, escondidos em um mausoléu, acabam transando. Até então, o clima é puro Nouvelle Vague, mostrando as relações amorosas, dilemas e uma certa melancolia sem esperança. Quando saem do mausoléu, já é noite e eles, misteriosamente, não conseguem achar o caminho até a saída do cemitério. Neste momento, o filme lembra O Anjo Exterminador. O casal encara a noite neste local que traz medos e superstições, momento do filme que namora com Dellamorte Dellamore.
A maior parte da obra se desenvolve com os 2 personagens perdidos no cemitério a noite, o que torna a história cansativa e o desenrolar arrastado, mas as intervenções surreais que Rollin injeta na história e o olhar exímio colocando a câmera sempre no melhor lugar da locação para criar imagens pictóricas valem o filme. Para quem já viu alguns filmes de Rollin, algumas locações já são familiares porque se repetem, mas este departamento sempre foi um ponto forte nos filmes do diretor. Claro que os castelos, as ruínas e as externas francesas colaboram, mas isso não tira o mérito criterioso que Rollin usa para explorar o máximo que o cenário oferece.
No estilo inconfundível do diretor, há muitos planos abertos com longa duração. A montagem do filme tem um quê de subsconciente, com um ritmo às vezes de sonho ou pesadelo. A película com cores alteradas e surreais ajudam a compor a atmosfera onírica de seus filmes.
Infelizmente, o ator principal deixa muito a desejar. Seus gritos deslocados, emoções exageradas e atuação performática acabam prejudicando o filme.
Considerado por alguns o filme mais impactante do diretor, A Rosa de Ferro é um jóia rara desconhecida que merecia um olhar mais atento da crítica e do público.
NOTA DO EDITOR: 7,0
CENAS MEMORÁVEIS: ( Podem conter spoiler )
Todo filme do Jean Rollin tem lindos planos cinematográficos.
TRAILER:
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