Ano: 2007 Direção: Xavier Gens Elenco: Karina Testa, Aurélien Wiik, Patrick Ligardes
(A) Fronteira é mais um violento filme da safra francesa de horror, ao lado dos ótimos Alta Tensão, Martyrs e A Invasora.
Uma gangue de criminosos aproveita os violentos protestos que estão ocorrendo na França para fugir do país. A gangue tem seus problemas internos, como um rapaz baleado, uma garota grávida e uma série de traições entre eles.
O filme começa com uma montagem rápida e câmera bastante ágil, parecendo mais um filme de ação do que terror. Até o momento em que uma parte do grupo chega em uma pousada perdida em uma estrada, e o filme muda bruscamente.
Apostando em uma violência explícita, com cenas de tortura e mortes violentas, A Fronteira chega ao gore, com muito sangue jorrando durante a sua projeção. Neste momento, entendi que era para não levar o filme tão a sério e enxergá-lo como uma alegoria da França hoje, já que na história os assaltantes são muçulmanos e os donos da pousada são uma família de nazistas (!!!) com seus desejos de raça pura.
Em um momento pós Charlie Hebdo, o filme cai como uma luva ao discutir toda a xenofobia que a França vive hoje. Os muçulmanos são tratados como porcos, literalmente, no filme. Toda a paranóia social está presente também.
Independente do discurso político, o filme mescla bons momentos de tensão com terror tradicional. Quando a personagem principal é capturada pela família e passa a viver no meio daquele bando de malucos, fingindo que tudo ali é normal, o filme ganha ares sufocantes de suspense. A loucura vira pauta e nesta hora o filme lembra demais O Massacre da Serra Elétrica, inclusive, com um dos personagens sendo um açougueiro que adora pendurar corpos em um frigorífico. Muita gente vai lembrar do O Albergue também, por conter uma cena bastante parecida, o que considero mais uma homenagem/citação para não dizer um plágio muito descarado.
A Fronteira peca em buscar um certo exagero, seja graficamente em suas cenas, como também nos ambientes e na história um pouco difícil de engolir. Uma direção mais simples teria feito muito bem ao filme, que ainda assim, cumpre bem o seu papel de perturbador e chocante.
AVALIAÇÃO DO EDITOR: 7,5
CENAS MEMORÁVEIS: ( Pode conter spoiler )
- Quando o nazista corta o tendão do rapaz com um tesourão, no melhor estilo O Albergue.
- A cena em que a personagem mata um dos vilões forçando-o contra uma serra.
- A cabeça de um dos vilões explodindo por um tiro de 12, ficando só a parte de baixo do crânio
- O momento em que um dos mocinhos derrete na sauna, virando uma bolha humana.
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